Vaqueiro velho!
"Vaqueiro velho do chapéu de couro, da pele tustada do sol do verão"... pai, obrigada.
Toda vez que escuto essa música, lembro do quanto o
senhor precisou parar pra nos ver andar — e nunca reclamou.
"Arreios de prata, espora de ouro, amigo do gado e herói do
sertão..."
E meu herói.
Meu melhor amigo. Meu protetor.
Lembro de cada vez que te vi trazer a bezerrama, e
prender no curral,
enquanto eu corria solta, livre, sem medo —
porque o senhor estava ali, firme, com a mão no laço e o olho em mim.
“Senta no batente da
velha choupana”
E enquanto me sento ao teu lado, te peço:
"Êh, vaqueiro… conta sua vida toda como foi."
Nos seus olhos vejo a saudade — não de arrependimento,
mas de estrada batida.
"Os anos se passam e a coragem finda..."
Mas não é falta de vontade, não.
É que o tempo cobra até dos mais valentes.
E mesmo com a idade chegando,
“sua roupa ainda têm cheiro de boi”,
de curral, de campo, de casa.
No teu abraço ainda sinto o amor e o cuidado que,
desde nova, tu sempre me deste.
É, vaqueiro velho do chapéu de couro…
O tempo passou, mas tua história ficou cravada em mim.
Hoje quem corre sou eu,
mas carrego tua força, e teu amor pelo sertão.
E mesmo quando o senhor estiver bem velhinho eu direi:
"Êh, vaqueiro, conta a tua vida toda como foi..."
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