BOBAGEM.
A dor que transforma, destrói.
Machuca bonito, sem dó, sem piedade.
O amor que constrói, também mói.
Aperta, sufoca, e no fim… vira saudade.
Tentamos ser lógicos — bobagem.
Penduramos nome nos sentimentos,
como quem tenta laçar o vento.
Bom ou ruim?
Tolice. Tudo é tudo. Tudo é misto.
Amor é abrigo, mas também é labirinto.
É beijo e é ferida.
É colo e despedida.
A dor não pergunta se pode.
Ela chega — dramática, despenteada, sem aviso.
Entra pela porta da frente,
se senta, acende um cigarro,
e avisa: “Vim pra ficar, me dá um café.”
E fica.
Até moer os ossos.
Até mastigar lembranças.
Até que você nem lembre mais quem era antes dela.
E não tem final bonito.
Não tem redenção.
Só esse vazio crônico,
melancólico, quase
poético...
Não tem amor que cure,
remédio que sare,
ou lençol que esquente.
Comentários