NO FIM, O AMOR!

Tentei, de várias formas, escrever palavras ao vento, e ele, em sua infinita vida, sempre fez curvas, nunca leu o que eu tinha a dizer. Soprou para longe as minhas palavras, a ninguém deixou que eu as recitasse.

Por várias vezes tentei à chuva escrever, mas ela, em sua eterna dança, sempre molhou meu papel, desfez minhas palavras com suas gotas. Tentei até com caneta permanente, mas suas enchentes despedaçaram meu papel, molharam tanto, e a ninguém deixou que eu as recitasse.

Mas, certa vez, tentei ao amor escrever. Esse, por sua vez, me leu, me ouviu, me acompanhou em sua infinita jornada, e, sem despedida, me deixou em minha dolorosa partida. Foi ele quem recitou minhas palavras, fez com que todos parassem para me ouvir. Ao vento, ordenou, em todo o seu vendaval, que me escutasse. Este, finalmente, ouviu. A tempestade, antes violenta, derramou lágrimas de alegria, calma e relaxamento. O meu amor juntou e recitou todas as palavras que um dia escrevi.
E foi assim que, em sua infinita sabedoria, o amor deu voz ao que estava perdido. As palavras que o vento e a chuva haviam desfeito, encontraram seu caminho, e na tempestade, finalmente, brilharam. Foi o amor que as trouxe
à vida.

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